
Ricardo, a tua beleza foi a causa desse efeito: a beleza que não me dava paz nos meus sonhos, pedindo que eu levasse a cabo a morte de todo o Mundo, para que pudesse viver uma hora que fosse na doçura do teu peito.
Em Ricardo III entusiasma-nos a possível contradição entre a obra e o seu autor, com o trabalho que desenvolvemos enquanto estrutura artística. Partimos da não normatividade física de uma personagem bélica e ego centrada, para defender que a norma pode levarmos à alienação e à ausência de empatia.
Utilizamos as estratégias de traição e manipulação para obtenção de um poder absoluto, para colocar o publico no lugar das personagens traídas por RICARDO III, retirando-lhes pouco a pouco os códigos habituais do teatro, substituindo-os por outras gramáticas.
Transformamos o assassinato de Ricardo III, na possibilidade de renascimento de um teatro mais diverso, atento e dialogante com outras linguagens e línguas. Partimos da bestialidade Humana para encontrar, um lugar coletivo mais feliz.
De Ricardo III queremos o tumulto interior, o que é invisível, a não normatividade do seu corpo e a ambiguidade do seu discurso. De William Shakespeare desejamos as palavras e a poética, para as transformar em som, caos e gesto, redescobrindo códigos que recoloquem o teatro na esfera do indefinido, do estranho, da dúvida e do recomeço. Mas claro, contaremos a história: Era uma vez Ricardo III que queria muito mandar. Mentiu, traiu, matou e foi morto.
Ricardo, a tua beleza foi a causa desse efeito: a beleza que não me dava paz nos meus sonhos, pedindo que eu levasse a cabo a morte de todo o Mundo, para que pudesse viver uma hora que fosse na doçura do teu peito.
Equipa artística
Direção: Marco Paiva
Assistente de Direção: Magda Labarda
Cenografia: José Luís Raymond
Figurinos: Ikerne Rimenez
Sonoplastia: José Alberto Gomes
Desenho de Luz: Nuno Samora
Elenco: Ângela Ibanez, David Blanco, Marta Sales, Tony Weaver, Maria José Lopez e Vasco Seromelho
Coprodução: Terra Amarela, Centro Dramático Nacional (Madrid), Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa), Teatro Nacional de São João (Porto) e Cineteatro Louletano (Loulé)
Espetáculo interpretado em Língua Gestual Portuguesa e Língua gestual espanhola
Obra totalmente legendada, com audiodescrição e narração
Estreia a 6 de outubro de 2023 no Teatro Valle-Inclan em Madrid











